segunda-feira, 1 de abril de 2013

CONFLITOS NAS COREIAS (NORTE X SUL)

Olá pessoal!

Depois de alguns meses sem postagens devido alguns motivos "extra-pessoal", nada melhor do que um 1ª semestre de 2013 "conturbado" no que se refere aos Temas da Atualidade. Com o retorno das aluas principalmente na Rede Estadual de Ensino do Ceará, e claro, tendo o intuito de auxiliar nossos alunos na preparação para Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM e outros vestibulares  desenvolveremos um trabalho neste blog no decorrer do ano com exposição de matérias, exibição de vídeos entre outras questões e assuntos de nosso interesse, como: Temas de atualidade, Arte, Filosofia, História, Sociologia, Geografia e áreas afins.

Então vamos deixar de conversa e vamos iniciar tratando de um tema extremamente sério que foi nada mais do que a decretação de "Estado de guerra" realizado pela Coreia do Norte.


A  Coreia do Norte (República Democrática Popular da Coreia) e um certo tempo, vem realizando supostas ameaças de a qualquer momento atacar seus inimigos, em especial, sua vizinha Coreia do Sul, Japão, claro e evidentemente os Estados Unidos da América - EUA. Porém, o que muitas vezes nos confunde, é o simples fato que o modo que os telejornais repassam os pronunciamentos e as ameaças de possíveis ataques. Muitos questionam, mas por que essa ameaça? por que ter tanta raiva da Coreia do Sul, do Japão? Pois bem, de forma simples buscarei resumir um pouco da história da Coreia do Norte.

Com o fim da segunda guerra mundial em 1948, o mundo passa a ficar dividido pela disputa econômica "encabeçada" pelos Estados Unidos e a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), disputa essa que foi denominada de Guerra Fria, muitos países aderiram ao capitalismo e outros ao socialismo, e outros chegaram a sofrer guerras civis devido essa disputa, como foi o caso das Coreias. Em 1950 a Coreia passa por uma guerra civil. Aproximadamente em 52 as Coreias então se dividem em Coreia do Norte e Coreia do Sul, sendo a o do Norte socialista, influenciada pelas ideologias de Stalinista, e a do Sul pelas ideologias norte-americanas e seu capitalismo. Em 1953 foi acordado o armistício, uma especie de acordo ou um termo de suspensão dos conflitos entre as duas Coreias, mas desde essa data, nunca houve de fato um Tratado de Paz, pelas circunstancias, tão cedo não terá.


Com o fim da Guerra Fria e consequentemente da União Soviética, a Coreia do Norte perde força e uma miséria assola esse país em meado da década de 90. Outro motivo que levou ao aumento da miséria foram as diversas sanções, principalmente incentivadas pelos Estados Unidos, semelhante ao que ocorre em Cuba até hoje. Mas a Coreia do Norte é uma país cheio de contradições em sua lógica de Estado (Socialista unipartidarista) onde os membros do partido se beneficiam do pouco das riquezas desse pobre país, e o resto da população vivem quase que em um estado de miséria. 
Esse resumo descreve de forma simples, mas clara um pouco da História da Coreia do Norte.

Atenciosamente,

Prof. Thiago Roque

Outras considerações!

Assistam o seguinte vídeo e confira um pouco mais sobre a Coreia do Norte! Não esqueçam de deixar o comentário, ele será fundamental para a realização de nosso trabalho!


Vejam também!





terça-feira, 4 de setembro de 2012

DANÇAS BRASILEIRA

DANÇAS BRASILEIRA



(Obs: Textos extraidos e adaptados do site: www,educacao.uol.com.br)

Todos nós sabemos que a Dança é algo que está completamente presente em nossas vidas. Para muitos, essa arte que dizer o “indizivel”, ou melhor dizendo, falar com o corpo, com a alma. Vamos então observar um pouco sobre a produção musical brasileira, e consequentemente, a dança do nosso povo.
 

"O Brasil é um absurdo, e pode ser um absurdo? Até aí tudo bem, nada mal! O Brasil é um absurdo, mas ele não é surdo! O Brasil tem um ouvido musical, que não é normal..." Com estes versos irônicos, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso faz um elogio à musicalidade da cultura brasileira, mas o que teria estimulado a ele fazer esse elogio? Oque faz do Brasil ser uma das principais fontes de inspiração de artistas do mundo inteiro? Isso é o que iremos investigar ao entrar na universalidade cultural do nosso país.

É inquestionável que o Brasil é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente devido a essa riqueza. O samba e o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior, mas não se resume a isso, pois o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda tem o frevo, o maracatu, o baião, o xaxato, o carimbó entre outras que se fragmenta dessas manifestações. Vamos começar a conhecer alguns desses ritmos musicais.

Frevo

Vale transcrever a definição que Câmara Cascudo dá a essa dança de rua e de salão: "é a grande alucinação do carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado, obsedante, violento e frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa idéia de fervura (o povo pronuncia 'frevura', 'frever', etc.), que se criou o nome de 'frevo'." A coreografia é improvisada e quase acrobática, executada originalmente com roupas coloridas e uma sombrinha. Não se pode deixar de mencionar que, a partir da década de 1970, o frevo ganhou espaço também no carnaval baiano: Gilberto Gil e Caetano Veloso compuseram diversos frevos, a serem executados em trios elétricos.

Maracatu

Tem origem negra e religiosa. Grupos de negros acompanhavam os Reis do Congo, eleitos pelos escravos, que eram coroados nas igrejas, em que depois faziam um batuque em homenagem à padroeira ou, em especial, a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos homens negros. A tradição religiosa se perdeu e o grupo convergiu para o carnaval, mas conservou elementos próprios, diferentes dos de outros cordões ou blocos carnavalescos. À frente do grupo vão rei e rainha, príncipes, embaixadores, dançarinas e indígenas. Não há enredo. Simplesmente se desfila ao ritmo dos tambores. O ritmo surgiu em Pernambuco, mas também se encontra em outros estados do Nordeste.
O surgimento do maracatu causa controvérsias; porém, acredita-se que ele surgiu por volta de 1700, trazido pelos portugueses ao Brasil. A dança possuía partes com coreografias e teatro e era acompanhada por músicos e dançarinos. Esses vestiam roupas que remetiam a realeza (porta-estandarte, rei, rainha, príncipes, duquesas e duques, etc.). Posteriormente, o maracatu passou a ser realizado durante o Carnaval. Além disso, a dança tem a participação de instrumentos como zabumba e ganzas.

Forró

O nome forró deriva de forrobodó, "divertimento pagodeiro", segundo o folclorista Câmara Cascudo. O forró era em sua origem um baile animado por vários gêneros musicais, como o baião, o xote, e o xaxado. Nesse sentido, também era conhecido como "arrasta-pé" ou "bate-chinela". O forró, hoje, é praticamente um gênero musical que engloba os ritmos acima mencionados. Sua origem é o sertão nordestino e os instrumentos musicais utilizados são basicamente a sanfona ou acordeão, o triângulo e a zabumba.
Alguns estudiosos atribuem a origem da palavra forró à pronúncia abrasileirada dos bailes "for all" (para todos), que, no começo do século, os engenheiros ingleses da estrada de ferro Great Western, promoviam para os operários em Pernambuco, na Paraíba e em Alagoas.




 

Baião, xote e xaxado

O baião, segundo o folclorista Câmara Cascudo, associa os termos "baiano" e "rojão", pequenos trechos musicais executados por viola, no intervalo dos desafios entre os cantadores de improviso. Mas o gênero consagrou-se e ganhou novas características quando o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga popularizou-o através do rádio em todo o Brasil. É este o ritmo que predomina hoje nos forrós.
O xote é um ritmo mais lento, para se dançar a dois, de origem alemã, mas que se radicou no Nordeste e mistura os passos de valsa e de polca. Quanto ao xaxado, originalmente, era uma dança exclusivamente masculina, executada pelos cangaceiros, sem acompanhamento instrumental para o canto, com o ritmo marcado pela coronha dos rifles, batidos no chão. O nome xaxado deve ser uma onomatopéia do xá-xá-xá que faziam as alpercatas de couro ao se arrastarem no chão. A dança, difundida por Lampião e seu bando, dispensava a presença feminina. Segundo Luiz Gonzaga, "nessa dança, a dama é o rifle".

Coco, lundu e maxixe

Outra dança tradicional do Nordeste e do Norte, o coco, tem origem incerta: alguns dizem que veio da África com os escravos, e há quem defenda ser ela o resultado do encontro entre as culturas negra e índia. Apesar de freqüente no litoral, o coco teria surgido no Quilombo dos Palmares, a partir do ritmo em que os cocos eram quebrados para a retirada da amêndoa. A sua forma musical é cantada, com acompanhamento de um ganzá ou pandeiro e da batida dos pés. Também conhecido como samba, pagode ou zambê, o coco originalmente se dá em uma roda de dançadores e tocadores, que giram e batem palmas.

Já o lundu foi o primeiro gênero afro-brasileiro de canção popular. Originalmente era uma dança sensual praticada por negros e mulatos em rodas de batuque, fixando-se como canção apenas no final do século 18. Posteriormente, no século 19, com harmonização erudita, chegou aos salões das elites cariocas. Contudo, o ritmo desapareceu no início do século 20, ou melhor, misturou-se ao tango e à polca e deu origem ao maxixe. Este apareceu entre 1870 e 1880, como dança, e tornou-se gênero musical por volta de 1902. Apesar de o tambor e os instrumentos de percussão, em geral, serem bem conhecidos dos portugueses, foram os africanos que introduziram no país a maior variedade que deles existe hoje, além das danças que têm na percussão a sua essência, caso do
Tambor-de-crioulo.
Este compõe-se de uma série de cantos e dança, ao som de triângulo, cabaça e tambores, feitos artesanalmente e muitas vezes em momentos de encontros em “Laborarte”. Uma das regiões do país onde é muito presente essas manifestações artística é a região nordeste e parte da Região norte, com a influências dos índios.
O Reisado

Dança popular que ocorre entre a véspera de natal e o dia seis de janeiro, Dia de Reis. Também chamada de folia de Reis, essa dança envolve cantores e músicos que vão até as casas para anunciar a chegada de um Messias. As pessoas que participam possuem diversos personagens e são acompanhados por instrumentos como o violão, a sanfona, o triângulo e a zabumba.

Pau-da-bandeira
Dança realizada principalmente na região nordeste que acontece principalmente durante o dia de Santo Antônio. Um tronco é escolhido e carregado pelos homens da cidade. Como manda a tradição, as mulheres que desejam casar devem tocar esse tronco.

Maneiro-Pau
Dança com maior influência no estado do Ceará, Maneiro-Pau conta com dançarinos que realizam os passos em rodas e com pedaços de pau nas mãos. Esses pedaços são batidos no chão formando o ritmo da dança. Durante toda a coreografia, alguns participantes duelam enquanto outros batem no chão.


Caninha Verde
Dança portuguesa que foi inserida no país durante o Ciclo do Açúcar. Também foi praticada em colônias de pescadores,festa de casamento e cordões.

Bumba meu Boi
Um dos símbolos folclóricos do Brasil, o Bumba meu Boi mescla dança, música e teatro. Além disso, é praticado nas mais variadas regiões do país. Os personagens cantam e dançam para contar a história de um boi que morreu e ressuscitou após ter sua língua cortada para satisfazer os desejos de uma mulher grávida.
Fandango
Essa dança chegou à região sul do Brasil por volta de 1750 e foi trazida por portugueses. Os dançarinos recebiam o nome de folgadores e folgadeiras dançavam em festas executando diversos passos. Atualmente, permanece preservado na região com passos, música e canto. Os instrumentos mais usados são as violas, a rabeca, o acordeão e o pandeiro. Os dançarinos vestem roupas típicas da região e rodam próximo ao seu par, mas sem se tocar. Eles se movimentam para atrair a atenção do outro e os homens sapateiam de forma contínua. A dança contém traços de valsas e bailes e forte presença de sensualidade.

Carimbó
Enquanto os homens vestem camisas e calças lisas, as mulheres utilizam blusas com ombros à mostra e saias rodadas. Os casais ficam em fileiras e o homem se aproxima de seu par batendo palmas. Segue-se passos de volteio e as mulheres também jogam um lenço no chão para que seu parceiro possa pegar como forma de respeito.
Fontes:

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

MOVIMENTO MANGUEBAET

MOVIMENTO MANGUEBAET


Trabalho (Pesquisa) de Geografia (Professora Darlene - Escola Figueiredo Correia)
(Texto extraido do site: http://manguebeat.wordpress.com)
Manguebeat (ou Manguebit) é um movimento musical que surgiu no Brasil na Década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais com rock, hip hop e música eletrônica. Esse estilo tem como ícone o músico Chico Science, ex-vocalista, já falecido, da banda Chico Science e Nação Zumbi, idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das idéias, ritmos e contestações do Manguebeat. Outro grande responsável pelo crescimento desse movimento foi Fred 04, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro manifesto do Mangue de 1992, intitulado Caranguejos com cérebro.

Manifesto Mangue 1
por Zero Quatro
Caranguejos com Cérebro
Mangue - O conceito

Estuário. Parte terminal de um rio ou lagoa. Porção de rio com água salobra. Em suas margens se encontram os manguezais, comunidades de plantas tropicais ou subtropicais inundadas pelos movimentos dos mares. Pela troca de matéria orgânica entre a água doce e a água salgada, os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. Estima-se que duas mil espécies de microorganismos e animais vertebrados e invertebrados estejam associados à vegetação do mangue. Os estuários fornecem áreas de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Pelo menos oitenta espécies comercialmente importantes dependem dos alagadiços costeiros. Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha. Apesar das muriçocas, mosquitos e mutucas, inimigos das donas-de-casa, para os cientistas os mangues são tidos como os símbolos de fertilidade, diversidade e riqueza.

Manguetown - A cidade


A planície costeira onde a cidade do Recife foi fundada, é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses, no século XVII, a (ex) cidade "maurícia" passou a crescer desordenadamente as custas do aterramento indiscriminado e da estruição dos seus manguezais. Em contrapartida, o desvairio irresistível de uma cínica noção de "progresso", que elevou a cidade ao posto de "metrópole" do Nordeste, não tardou a revelar sua fragilidade. Bastaram pequenas mudanças nos "ventos" da história para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem no início dos anos 60. Nos últimos trinta anos a síndrome da estagnação, aliada à permanência do mito da "metrópole", só tem levado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano. O Recife detém hoje o maior índice de esemprego do país. Mais da metade dos seus habitantes moram em favelas e alagados. Segundo um instituto de estudos populacionais de Washington, é hoje a quarta pior cidade do mundo para se viver.

Mangue - A cena

Emergência! Um choque rápido, ou o Recife morre de infarto! Não é preciso ser médico pra saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruir as suas veias. O modo mais rápido também, de infartar e esvaziar a alma de uma cidade como o Recife é matar os seus rios e aterrar os seus estuários. O que fazer para não afundar na depressão crônica que paraliza os cidadãos? Como devolver o ânimo deslobotomizar e recarregar as baterias da cidade? Simples! Basta injetar um pouco da energia na lama e estimular o que ainda resta de fertilidade nas veias do Recife. Em meados de 91 começou a ser gerado e articulado em vários pontos da cidade um núcleo de pesquisa e produção de idéias pop. O objetivo é engendrar um "circuito energético", capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo, uma antena parabólica enfiada na lama. Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em: quadrinhos, tv interativa, anti-psiquiatra, Bezerra da Silva, Hip Hop, midiotia, artismo, música de rua, John Coltrane, acaso, sexo não-virtual, conflitos étnicos e todos os avanços da química aplicada no terreno da alteração e expansão da consciência.



Manifesto Mangue 2
por Zero Quatro, com a colaboração de Renato L.
Quanto vale uma vida
Longa vida ao Groove

Os alquimistas estão chorando. A indignação ruidosa de Lúcio Maia com a ferocidade carniceira da imprensa nos faz lembrar que nem tudo tem que ser movido a cinismo e oportunismo no - cada vez mais - cínico e vulgar circuito pop. Antes de mais nada, salve Lúcio, Jorge, Dengue, Gilmar, Toca, Gira e Pupilo. Salve Paulo André e longa vida ao Nação Zumbi, com seu groove imbatível, mix epidêmico e urgente de química e magia que cedo ou tarde vai varrer o mundo!

A primeira vez que vimos Chico juntando a Loustal com o Lamento Negro (o embrião do que seria a Nação Zumbi, ainda no início de 91), comentamos arrepiados, eu e Renato L. : "não importa que estejamos no fim do mundo e sem dinheiro no bolso; não tem errada, não há nada no mundo que possa deter esse som!" Na nossa ficha, constava a produção de vários programas de Rock na cidade, onde nos esforçávamos para mostrar sons novos e interessantes de todos os cantos do mundo. E não havia dúvida de que naquele momento estávamos diante de algo absurdamente novo e irresistível. Começamos imediatamente a viajar num conceito capaz de colocar o Recife no mapa. Claro que houve momentos nos últimos anos em que chegamos a pensar que talvez tivéssemos ajudado a criar uma espécie de monstro incontrolável. Mas hoje sabemos que agimos bem, não poderíamos agir de outro modo.




- E agora, mangueboys?


Chico era referência e inspiração para muita gente, talvez para toda uma geração de recifenses. E a perda para a Nação Zumbi é irreparável em termos de carisma, energia vocal, gestual, etc. Ninguém questiona isso. Mas o que muita gente esquece é que a fórmula criada por Chico tinha uma base muito sólida em termos de cozinha, acompanhamento, groove. A maioria das pessoas desconhece alguns fatos. Quando eu conheci Francisco França, ele era o lado mais extrovertido da mais nova dupla do barulho da cidade. Chico e Jorge eram inseparáveis como unha e carne, egressos da "Legião Hip Hop", que reunia no final dos anos 80, alguns dos melhores dançarinos e djs que o Recife já conheceu ( alguém aí já viu Jorge Du Peixe dançando "street"? A galera que hoje em dia ensina funk nas academias de dança não daria nem pro caldo...).


Jorge sempre foi um pouco mais tímido, mas não menos engraçado, e os dois se completavam em termos de gosto, idéias, visão e criatividade. Chico sempre teve mais iniciativa e era, como todos sabemos, um letrista formidável. Mas alguém aí se lembra quem é o autor da letra do clássico "Maracatu de Tiro Certeiro"? Isso mesmo, Jorge Du Peixe...


Quanto a Lúcio Maia, qualquer um que acompanhe a Guitar Player, sabe que é cada vez maior o número de pessoas que o consideram um dos mais talentosos e ecléticos guitarristas brasileiros, uma verdadeira revelação dos últimos tempos. Dengue, então, é aquele baixista contido, discreto, mas super-eficiente. Desde os tempos do Loustal, ele sempre conseguiu encaixar a levada perfeita para o estilo fragmentado dos versos de Chico. E quanto aos tambores e à bateria, nem é preciso comentar. Não se via, no rock and roll, uma engrenagem tão potente e envenenada desde a morte de John Bonham.


Quando toda a crítica brasileira caiu de quatro sob o impacto avassalador do "Da Lama ao Caos", houve no Recife quem apostasse que Chico despontaria em carreira solo já no segundo disco. Argumentavam que, por um lado Chico tinha luz própria de sobra e por outro a fórmula do Nação Zumbi não renderia mais nada interessante, pois já teria se esgotado. Eu e Renato torcemos para que acontecesse o contrário, para que Chico não se rendesse à vaidade pessoal e injetasse todo gás possível no fortalecimento da banda. Ele não decepcionou, mostrou que não era nem um pouco ingênuo ou deslumbrado e que sabia muito bem do que precisava para se manter no topo. O resultado foi o brilhante "Afrociberdelia", um trabalho coletivo - com Lúcio mais ativo do que nunca do que nunca na produção.

Portanto, se existe uma banda que tem total autoridade e potencial para ocupar condignamente o lugar que o inesquecível Chico Science deixou vago no topo, essa banda é sem dúvida a Nação Zumbi. Por sinal, o próprio Chico nem cogitava em dar por esgotado o formato da banda, tanto que já planejava entrar com os brothers no estúdio ainda este ano para gravar o terceiro disco. LONGA VIDA AO GROOVE!!!


Buscando respostas





"Something is happening here, but you don´t know what it is. Do you, Mr Jones?" Essa frase de Bob Dylan me vem à mente sempre que eu penso no tom de alguns comentários publicados nos maiores jornais do país a respeito da morte de Chico. Talvez com intenção de pintar o fato com as cores mais chocantes, expurgando, assim, a dor e a revolta da perda, as matérias acabavam invariavelmente emitindo um tom derrotista ou até desolador.

Se o caso é especular sobre o que pode acontecer daqui em diante, o mais oportuno seria tentar identificar na história do Pop, fatos ou situações semelhantes que possam servir de exemplos. Em se tratando de movimentos de cultura Pop; gerados em focos isolados; situados na periferia do mercado; e com reconhecimento mundial, os fenômenos mais correlatos ao Mangue Beat que se tem notícia - ainda que os estágios de desenvolvimentos sejam distintos - são a Jamaica pós-Bob Marley e Salvador pós-Tropicalismo.

Sobre Salvador, minha experiência como mangueboy me diz que o Tropicalismo não surgiu lá por acaso. Nada no mundo poderia ter impedido o caldo cultural da cidade de gerar posteriormente ( e na sequencia ) os Novos Baianos, A Cor do Som, os trios elétricos, a Axé Music, o Samba - Reggae, a Timbalada, etc.

Também não foi por milagre que a Jamaica se tornou berço do Calipso, do Ska, do Reggae, do Dub, do Raggamuffin e de todas as variantes do Dancehall que hoje, quase 20 anos depois da morte de Marley, contaminam as paradas de sucesso de todo o mundo.

Esses dois fenômenos foram condicionados por combinações específicas de fatores geográficos, econômicos, políticos, sociológicos, antropológicos, enfim, culturais, cuja história eu não seria capaz de analisar. Mas em se tratando de focos isolados que a partir de um determinado estímulo geram uma reação em cadeia capaz de contaminar toda a história futura de uma comunidade, meu depoimento talvez possa ser útil.

Uma visita muito especial


Lembro-me muito bem do nervosismo que tomou conta da cidade quando, em 93 (logo após o primeiro Abril Pro Rock), a diretoria da Sony anunciou que mandaria um representante ao Recife para contratar Chico Science... Fun! Fun! Zoeira Total! Diversão a qualquer custo, e a mais barulhenta possível! Esse havia sido o nosso lema quando, dois anos antes, sentindo o descompasso - o fundo do poço, o infarto iminente - , resolvêramos tentar de tudo para detonar adrenalina no coração deprimido da cidade. Depois de vários shows e eventos muito bem sucedidos, e do manifesto "Caranguejos com Cérebro" ( que transformou, de uma hora para outra centenas de arruaceiros inocentes em "mangueboys" militantes ), parecia que a cidade realmente começava a despertar do coma profundo em que esteve mergulhada desde o início da guerra dos 80.

Parêntese: não é exagero. Segundo os levantamentos mensais do DIEESE, Recife conseguiu manter sem muito esforço a impressionante e isolada posição de campeã nacional do desemprego e da inflação por nada menos que dez anos seguidos!!! Imaginem o efeito devastador que uma situação como essa pode provocar na alma de uma comunidade com mais de 400 anos de história e que só neste século havia gerado nomes da dimensão de Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Josué de Castro e João Cabral de Melo Neto. Para nós, que mal havíamos saído da adolescência só restavam duas saídas: tentar uma bolsa na Europa ou ganhar as ruas...

Então, a chegada da Sony representava uma espécie de prêmio coletivo. O significado simbólico era que finalmente podia estar se abrindo um canal de comunicação direta com o mercado mundial, como os caranguejos do asfalto haviam almejado em seu primeiro manifesto. Para todos os agentes e operadores culturais que viam seu talento e potencial atrofiados pela desmotivação, era o estímulo concreto que faltava. Afinal, queiram ou não, discos pop lançados por multinacionais movimentam várias áreas de expressão ao mesmo tempo: moda, fotografia, design, produção gráfica, vídeos, relações públicas, assessoria, imprensa, marketing, música,etc.

Daí em diante, pode-se dizer que teve início um efetivo "renascimento" recifense. Todo mundo gritou mãos à obra! e partiu para o ataque. As ruas viraram passarelas de estilistas independentes; bandas pipocaram em cada esquina; palcos foram improvisados em todos os bares; fitas demo e clipes novos eram lançados toda semana, e assim por diante, gerando uma verdadeira cooperativa multimídia autônoma e explosiva, que não parava de crescer e mobilizar toda a cidade. De headbangers a mauricinhos, de punks a líderes comunitários, de surfistas a professores acadêmicos, ninguém ficou de fora. Para se ter uma idéia, a frase " computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro" ( Mundo Livre SA ) virou tema de redação de vestibular de uma faculdade local.
 
Fontes de pesquisa: 
 
http://manguebeat.wordpress.com/2007/12/31/o-manifesto-do-mangue-beat/
http://manguebeat.forumeiros.com/t3-manifesto-mangue-2-quanto-vale-uma-vida
http://www.google.com.br/imgres?q=Movimento+mangue+beat&start=140&hl=pt-BR&sa=X&biw=1145&bih=733&tbm=isch&prmd=imvns&tbnid=7df8VAbPWAhORM:&imgrefurl=http://pernambucation.blogspot.com/2012/01/mangue-beat-o-movimento-cena.html&imgurl=http://1.bp.blogspot.com/-jDUdw4QIZsY/Tw805I0jzMI/AAAAAAAAAH4/73BniRw_tR8/s1600/OgAAAAe64eRqy2UExtT1JFEHCCwxXh-7eh8bF5MalUZKIm4GpRRO8yT5lSvIJzsfht2rIwegMsWnLiOde39Ja_B9kK8Am1T1UEYsmR6bIllZ_DpidC3iUbnSFo4L.jpg&w=779&h=541&ei=DcI_UOLoNKfr0gGj2ID4Cw&zoom=1&iact=hc&vpx=657&vpy=199&dur=2691&hovh=187&hovw=269&tx=149&ty=112&sig=116606152539360250407&page=8&tbnh=147&tbnw=212&ndsp=20&ved=1t:429,r:13,s:140,i:233
http://www.google.com.br/search?q=Movimento+mangue+beat&hl=pt-BR&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=vME_UMT9E4a90AGawYC4DA&sqi=2&ved=0CDUQsAQ&biw=1145&bih=733

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

SÓ FILOSOFIA

Caros colegas de atuação em Filosofia,



Segue aqui uma ótima dica para pesquisa de material de Filosofia para os ensinos fundamentais e médio da educação básica. Estamos falando do Site Só Filosofia.
No Só Filosofia, você professor terá dicas de elaboração de aulas, provas, entre outras atividades e conteúdos de Filosofia. Esse é mais um espaço disponível na internt para nos ajudar na criação de novas atividades pedagogicas na área de Filosofia. É muito fácil o professor usar os recursos do Só Filosofia, é só fazer o cadastro e pronto.

Boa pesquisa e aporveitem!



Endereço eletrônico:

http://www.filosofia.com.br/



terça-feira, 7 de agosto de 2012

MANUAL PARA CORREÇÃO DAS REDAÇÕES DO ENEM 2012


O MEC divulgou o seu Manual para a Correção das redações do ENEM, mas a imprensa deu destaque apenas aos critérios para correção das Redações com dois ou três professores e deixou de lado o mais interessante e útil para os alunos que é “o caminho das pedras” para uma boa redação dentro desses critérios.
Esse caminho começa com a definição das 5 competências que serão cobradas, cada uma delas valendo até 200 pontos em um total de 1.000. Recomendamos fortemente que todos leiam a íntegra das recomendações porque as informações ali contidas são valiosas.
A seguir, trazemos um resumo contendo o primeiro (200 pontos) e o último (zero ponto) dos cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar cada uma das Competências que serão cobradas nas redações do Enem 2012:
Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
200 pontos
O participante demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a redação da pontuação mais alta.
0 ponto
O participante demonstra desconhecimento total da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
200 pontos
O participante desenvolve muito bem o tema, explorando os seus principais aspectos. A redação contém uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. Isso significa que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com a proposta de intervenção funcionando como uma conclusão.
Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.
0 ponto
O participante desenvolve texto que não contempla a proposta de redação: desenvolve outro tema e/ou elabora outra estrutura textual que não a dissertativo-argumentativa – por exemplo, faz um poema, descreve algo ou conta uma história.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
200 pontos
O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão ou proposta que mantenha
coerência com a opinião defendida na redação.
0 ponto
O participante apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
200 pontos
O participante articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos. A redação enquadrada neste nível não poderá conter: frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de idéias sem encaixamentos sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal. Poderá, porém, conter eventuais desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua. Entretanto, o mesmo erro não poderá se repetir, uma vez que essa pontuação deve ser atribuída ao participante que demonstrar pleno domínio dos recursos coesivos.
0 ponto
O participante apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
200 pontos
O participante elabora proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. São explicitados os meios para realizá-la.
0 ponto
O participante não apresenta proposta de intervenção
Com a leitura atenta da definição dessas 5 competências e entendendo bem o que será cobrado para obter o melhor nível de desempenho, o candidato terá tudo para obter um excelente resultado na prova de Redação do ENEM.

fonte de pesquisa: www.yahoo.com.br/educacao 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CURSINHOS PRÉ-VESTIBULARES DA UFC.

Cursinhos pré-vestibulares da UFC iniciam inscrições 



Prezados alunos do ensino médio, em especial os do terceiro ano. O Projeto Novo Vestibular, do Centro Acadêmico de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), está com inscrições abertas até o dia 11 de fevereiro. Trata-se do mais antigo cursinho pré-vestibular que funciona na UFC e que apresenta um índice de aprovação em torno de 60%. Como ele, também estão recebendo inscrições o Pré-vestibular do Centro de Ciências e o Cursinho do Sindicato dos Servidores da UFC (Sintufce). As vagas são destinadas a alunos e ex-alunos de escolas públicas e os candidatos se submeterão a uma prova. O Projeto Novo Vestibular, do Centro Acadêmico de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), está com inscrições abertas até o dia 11 de fevereiro. Trata-se do mais antigo cursinho pré-vestibular que funciona na UFC e que apresenta um índice de aprovação em torno de 60%. Como ele, também estão recebendo inscrições o Pré-vestibular do Centro de Ciências e o Cursinho do Sindicato dos Servidores da UFC (Sintufce). As vagas são destinadas a alunos e ex-alunos de escolas públicas e os candidatos se submeterão a uma prova.

O Projeto Novo Vestibular inscreve alunos que cursaram pelo menos dois anos do Ensino Médio em escolas públicas. Para se candidatar os interessados devem apresentar cópia do Histórico Escolar, da Identidade, duas fotos 3x4, bem como comprovante de pagamento da taxa de R$ 20,00, que deve ser paga na Caixa Econômica Federal ou lotéricas (C/C 45472-1 - agência 1956 - operação 13 - pagamento na boca do caixa). A seleção será realizada dia 13 de fevereiro e as aulas, com início ainda não definido, funcionarão de 18h30min às 22h30min (de segunda a sexta-feira), 14 às 17 horas (sábados) e 8 às 11 horas (domingo). São oferecidas 360 vagas. A mensalidade do cursinho é de R$ 26,00. As aulas são ministradas por alunos da UFC que recebem uma bolsa. Neste último vestibular, dos 200 alunos do cursinho, 142 obtiveram aprovação na primeira fase. Para outras informações, entrar em contato pelo telefone 3288 77 47.

Já o Cursinho Pré-Vestibular do Centro de Ciências da UFC, no Campus do Pici, abrirá inscrições de 24 a 28 de janeiro para seleção destinada a alunos e ex-alunos de escolas públicas. O candidato deve apresentar xerox do certificado do Ensino Médio ou declaração que está concluindo, Identidade e comprovante da taxa de R$ 26,00. A prova está marcada para o dia 12 de fevereiro e as matrículas em data a ser divulgada. A mensalidade custa 10% do salário mínimo (R$ 26,00). As aulas serão em departamentos do Campus do Pici nos seguintes horários: de segunda a sexta-feira, das 18 às 22 horas e aos sábados, das 8 às 12 horas. O coordenador é o Prof. Helder Barbosa Teixeira. Outras informações pelo telefone 3288 97 80.

O cursinho do Sindicato dos Servidores da UFC (Sintufce) também está com inscrições abertas. Podem inscrever-se apenas dependentes diretos dos servidores da UFC (mulher, marido ou filhos) e indiretos (parentes). São os seguintes os documentos necessários à inscrição: xerox do certificado do Ensino Médio, Identidade, CPF e contracheque (frente e verso), uma foto 3x4, além do comprovante da taxa de inscrição (ainda a ser definida). O cursinho oferece turmas pela manhã, à tarde e à noite. A mensalidade (também a ter o valor definido) será descontada no contracheque do servidor. Outras informações pelo telefone 3281 36 59.

Os demais cursinhos na UFC que ainda irão divulgar as inscrições são os seguintes:

- Curso Pré-Vestibular Paulo Freire (Centro Acadêmico da Faculdade de Direito) (fone: 3252 30 38)
- Curso Pré-Vestibular do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina (fone: 3288 80 47).


___________________________________________________________________________________

(Fonte das Informações: http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=5495&Itemid=90) 



(Fonte da imagem: http://www.sitedoenem.org/enem-2012-universidades.html)

terça-feira, 5 de junho de 2012

DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL

 DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL
 
Hoje, nos parece tão óbvio que o Brasil seja dividido em cinco regiões, que nem paramos para perguntar por que ele foi organizado desse jeito. Da mesma forma, não questionamos por que um estado pertence a determinada região e não a outra. Agora que surgiu a curiosidade, vamos à investigação!
O Brasil é o maior país da América do Sul. De acordo com dados de 1999, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua área é de 8.547.403,5 quilômetros quadrados. Apenas quatro países no mundo inteiro -- Rússia, Canadá, China e Estados Unidos -- têm território maior do que o brasileiro. Dividir o Brasil em regiões facilita o ensino de geografia e a pesquisa, coleta e organização de dados sobre o país, o seu número de habitantes e a idade média da população.
A razão é simples: os estados que formam uma grande região não são escolhidos ao acaso. Eles têm características semelhantes. As primeiras divisões regionais propostas para o país, por exemplo, eram baseadas apenas nos aspectos físicos -- ou seja, ligados à natureza, como clima, vegetação e relevo. Mas logo se começou a levar em conta também as características humanas -- isto é, as que resultam da ação do homem, como atividades econômicas e o modo de vida da população, para definir quais estados fariam parte de cada região.
Então, se os estados de uma região brasileira têm muito em comum, o que é mais útil: estudá-los separadamente ou em conjunto? Claro que a segunda opção é melhor. Para a pesquisa, coleta e organização de dados, também. Assim é possível comparar informações de uma região com as de outra e notar as diferenças entre elas. Dessa forma, por exemplo, os governantes podem saber em qual região há mais crianças fora da escola. E investir nela para resolver o problema.


Atualmente, o Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal distribuídos em cinco grandes regiões. E você já sabe que para fazer parte de uma mesma região os estados precisam apresentar características comuns. Na região Norte, Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins têm em comum o fato de serem, em sua maior parte, cobertos pela Floresta Amazônica. Grande parte da população vive na beira de rios e a atividade econômica que predomina é a extração vegetal e de minerais, como o ferro, a bauxita e o ouro. Já os estados da região Sudeste -- Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo -- são os que mais geram riquezas para o país, reunindo a maior população e produção industrial. Na região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) a vegetação predominante é o cerrado, que está sendo ocupado por plantações de soja e pela criação de gado. Na região Nordeste (Maranhão, Piauií, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o clima que predomina no interior é o semi-árido, embora no litoral, onde as principais atividades econômicas são o cultivo de cana-de-açúcar e de cacau, o clima seja mais úmido. Na região Sul -- que apresenta o clima mais frio do país --, destaca-se o cultivo de frutas, como uva, maçã e pêssego, além da criação de suínos e de aves.



DIVISÃO DO BRASIL (FORMAÇÕES DAS REGIÕES)


A primeira divisão do território do Brasil em grandes regiões foi proposta em 1913, para ser usada no ensino de geografia. Os critérios usados para fazê-la foram físicos: levou-se em consideração o relevo, o clima e a vegetação, por exemplo. Não foi à toa! Na época, a natureza era considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis. Considerava-se que a divisão regional deveria ser baseada em critérios que resistissem por bastante tempo. (OBSERVE O MAPA: 0.1) Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco "brasis" e não em regiões. O Brasil Setentrional ou Amazônico reunia Acre, Amazonas e Pará. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas formavam o Brasil Norte-Oriental. O Brasil Oriental agregava Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro -- onde ficava o Distrito Federal, a sede do governo brasileiro -- e Minas Gerais. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul faziam parte do Brasil Meridional. E Goiás e Mato Grosso, do Brasil Central.
A forma como foi feita a divisão revela que, na época, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de novembro de 1889.
A divisão em grandes regiões proposta em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de 1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém informações sobre a população, o território e o desenvolvimento da economia que é atualizado todos os anos. Mas, para organizar as informações, era necessário adotar uma divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo Ministério da Agricultura foi a escolhida. (OBSERVE O MAPA: 0.2)

Maranhão e Piauí -- que atualmente fazem parte da região Nordeste -- foram incluídos na região Norte, junto com o território do Acre e os estados do Amazonas e do Pará. No Nordeste, ficavam Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Não existia a região Sudeste, mas, sim, uma região chamada Este, onde se localizavam os estados de Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Na região Sul, veja só, estavam o Rio de Janeiro -- que, na época, era a capital do país -- e São Paulo, que hoje fazem parte da região Sudeste. Além deles, ficavam na região Sul os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Centro-Oeste não existia, mas, sim, a região chamada Centro, onde estavam Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, que hoje em dia localiza-se na região Sudeste. Como a divisão proposta em 1913, esta organização do território brasileiro não era oficial. Mas, em 1936, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado. E começou uma campanha para adotar uma divisão regional oficial para o Brasil.
Após fazer estudos e analisar diferentes propostas, o IBGE sugeriu que fosse adotada a divisão feita em 1913 com algumas mudanças nos nomes das regiões. A escolha foi aceita pelo presidente da República e adotada em 1942. Logo ela seria alterada com a criação de novos Territórios Federais.
Em 1942, o arquipélago de Fernando de Noronha foi transformado em território e incluído na região Nordeste. Em 1943, foram fundados os territórios de Guaporé, Rio Branco e Amapá -- todos parte da região Norte --, o território de Iguaçu foi anexado à região Sul e o de Ponta Porã, colocado na região Centro-Oeste. É bom lembrar que a divisão em grandes regiões tinha de acompanhar as transformações que estavam ocorrendo na divisão em estados e territórios do país. Assim, a divisão regional do Brasil em 1945 era a seguinte: Na região Norte, estavam os estados do Amazonas e Pará, os territórios do Acre, Amapá, Rio Branco e Guaporé. A região Nordeste foi dividida em ocidental e oriental. No Nordeste ocidental, encontravam-se Maranhão e Piauí. No oriental, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além do território de Fernando de Noronha. Ainda não existia a região Sudeste, mas uma região chamada Leste, dividida em setentrional e meridional. Sergipe e Bahia estavam na parte setentrional. Na meridional, ficavam Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (na época, sede do Distrito Federal). A região Sul incluía os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além do território de Iguaçu. E, na região Centro-Oeste, os estados de Mato Grosso e Goiás e o território de Ponta Porã.
Com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que permanece até os dias atuais. O Estado do Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia se tornaram Estados autônomos; Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a Pernambuco.

(Mapa: 0.1)

 
(Mapa: 0.2)

Dicas de sites com temas relacionados a Divisão Regional do Brasil:



"Aula de Geografia 2º ano (Escola Figueiredo Correia)"
Profª Darlene / Prof Thiago Roque (LEI)

Fontes de Pesquisa: