DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL
Hoje,
nos parece tão óbvio que o Brasil seja dividido em cinco regiões,
que nem paramos para perguntar por que ele foi organizado desse
jeito. Da mesma forma, não questionamos por que um estado pertence a
determinada região e não a outra. Agora que surgiu a curiosidade,
vamos à investigação!
O
Brasil é o maior país da América do Sul. De acordo com dados de
1999, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua
área é de 8.547.403,5 quilômetros quadrados. Apenas quatro países
no mundo inteiro -- Rússia, Canadá, China e Estados Unidos -- têm
território maior do que o brasileiro. Dividir o Brasil em regiões
facilita o ensino de geografia e a pesquisa, coleta e organização
de dados sobre o país, o seu número de habitantes e a idade média
da população.
A
razão é simples: os estados que formam uma grande região não são
escolhidos ao acaso. Eles têm características semelhantes. As
primeiras divisões regionais propostas para o país, por exemplo,
eram baseadas apenas nos aspectos físicos -- ou seja, ligados à
natureza, como clima, vegetação e relevo. Mas logo se começou a
levar em conta também as características humanas -- isto é, as que
resultam da ação do homem, como atividades econômicas e o modo de
vida da população, para definir quais estados fariam parte de cada
região.
Então,
se os estados de uma região brasileira têm muito em comum, o que é
mais útil: estudá-los separadamente ou em conjunto? Claro que a
segunda opção é melhor. Para a pesquisa, coleta e organização de
dados, também. Assim é possível comparar informações de uma
região com as de outra e notar as diferenças entre elas. Dessa
forma, por exemplo, os governantes podem saber em qual região há
mais crianças fora da escola. E investir nela para resolver o
problema.
Atualmente,
o Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal distribuídos em cinco
grandes regiões. E você já sabe que para fazer parte de uma mesma
região os estados precisam apresentar características comuns. Na
região Norte, Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e
Tocantins têm em comum o fato de serem, em sua maior parte, cobertos
pela Floresta Amazônica. Grande parte da população vive na beira
de rios e a atividade econômica que predomina é a extração
vegetal e de minerais, como o ferro, a bauxita e o ouro. Já os
estados da região Sudeste -- Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo -- são os que mais geram riquezas para o país,
reunindo a maior população e produção industrial. Na região
Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) a vegetação predominante é o cerrado, que está
sendo ocupado por plantações de soja e pela criação de gado. Na
região Nordeste (Maranhão, Piauií, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o clima que predomina no interior é o semi-árido,
embora no litoral, onde as principais atividades econômicas são o
cultivo de cana-de-açúcar e de cacau, o clima seja mais úmido. Na
região Sul -- que apresenta o clima mais frio do país --,
destaca-se o cultivo de frutas, como uva, maçã e pêssego, além da
criação de suínos e de aves.
DIVISÃO
DO BRASIL (FORMAÇÕES DAS REGIÕES)
A
primeira divisão do território do Brasil em grandes regiões foi
proposta em 1913, para ser usada no ensino de geografia. Os critérios
usados para fazê-la foram físicos: levou-se em consideração o
relevo, o clima e a vegetação, por exemplo. Não foi à toa! Na
época, a natureza era considerada duradoura e as atividades humanas,
mutáveis. Considerava-se que a divisão regional deveria ser baseada
em critérios que resistissem por bastante tempo. (OBSERVE O MAPA:
0.1) Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco
"brasis" e não em regiões. O Brasil Setentrional ou
Amazônico reunia Acre, Amazonas e Pará. Maranhão, Piauí, Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas formavam o Brasil
Norte-Oriental. O Brasil Oriental agregava Sergipe, Bahia, Espírito
Santo, Rio de Janeiro -- onde ficava o Distrito Federal, a sede do
governo brasileiro -- e Minas Gerais. São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul faziam parte do Brasil Meridional. E
Goiás e Mato Grosso, do Brasil Central.
A forma como foi feita a divisão revela que, na época, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de novembro de 1889.
A divisão em grandes regiões proposta em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de 1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém informações sobre a população, o território e o desenvolvimento da economia que é atualizado todos os anos. Mas, para organizar as informações, era necessário adotar uma divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo Ministério da Agricultura foi a escolhida. (OBSERVE O MAPA: 0.2)
A forma como foi feita a divisão revela que, na época, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de novembro de 1889.
A divisão em grandes regiões proposta em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de 1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém informações sobre a população, o território e o desenvolvimento da economia que é atualizado todos os anos. Mas, para organizar as informações, era necessário adotar uma divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo Ministério da Agricultura foi a escolhida. (OBSERVE O MAPA: 0.2)
Maranhão
e Piauí -- que atualmente fazem parte da região Nordeste -- foram
incluídos na região Norte, junto com o território do Acre e os
estados do Amazonas e do Pará. No Nordeste, ficavam Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Não existia a
região Sudeste, mas, sim, uma região chamada Este, onde se
localizavam os estados de Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Na região
Sul, veja só, estavam o Rio de Janeiro -- que, na época, era a
capital do país -- e São Paulo, que hoje fazem parte da região
Sudeste. Além deles, ficavam na região Sul os estados do Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Centro-Oeste não
existia, mas, sim, a região chamada Centro, onde estavam Mato
Grosso, Goiás e Minas Gerais, que hoje em dia localiza-se na região
Sudeste. Como a divisão proposta em 1913, esta organização
do território brasileiro não era oficial. Mas, em 1936, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado. E começou
uma campanha para adotar uma divisão regional oficial para o Brasil.
Após
fazer estudos e analisar diferentes propostas, o IBGE sugeriu que
fosse adotada a divisão feita em 1913 com algumas mudanças nos
nomes das regiões. A escolha foi aceita pelo presidente da República
e adotada em 1942. Logo ela seria alterada com a criação de novos
Territórios Federais.
Em
1942, o arquipélago de Fernando de Noronha foi transformado em
território e incluído na região Nordeste. Em 1943, foram fundados
os territórios de Guaporé, Rio Branco e Amapá -- todos parte da
região Norte --, o território de Iguaçu foi anexado à região Sul
e o de Ponta Porã, colocado na região Centro-Oeste. É bom lembrar
que a divisão em grandes regiões tinha de acompanhar as
transformações que estavam ocorrendo na divisão em estados e
territórios do país. Assim, a divisão regional do Brasil em 1945
era a seguinte: Na região Norte, estavam os estados do Amazonas e
Pará, os territórios do Acre, Amapá, Rio Branco e Guaporé. A
região Nordeste foi dividida em ocidental e oriental. No Nordeste
ocidental, encontravam-se Maranhão e Piauí. No oriental, Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além do
território de Fernando de Noronha. Ainda não existia a região
Sudeste, mas uma região chamada Leste, dividida em setentrional e
meridional. Sergipe e Bahia estavam na parte setentrional. Na
meridional, ficavam Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro
(na época, sede do Distrito Federal). A região Sul incluía os
estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul,
além do território de Iguaçu. E, na região Centro-Oeste, os
estados de Mato Grosso e Goiás e o território de Ponta Porã.
Com
as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão
brasileira que permanece até os dias atuais. O Estado do Tocantins
foi criado a partir da divisão de Goiás e incorporado à região
Norte; Roraima, Amapá e Rondônia se tornaram Estados autônomos;
Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a
Pernambuco.
(Mapa: 0.1)
(Mapa: 0.2)
Dicas de sites com temas relacionados a Divisão Regional do Brasil:
"Aula de Geografia 2º ano (Escola Figueiredo Correia)"
Profª Darlene / Prof Thiago Roque (LEI)
Fontes de Pesquisa:
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=sl26 http://www.brasilescola.com/brasil/divisao-regional-brasileira.htm
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